Se tem um lugar onde o roleplay ganha vida, esse lugar é o Downtown Roleplay! Estamos na ativa desde 2019, sendo pioneiros no RedM e sempre trazendo novidades para deixar sua experiência ainda mais imersiva.
Aqui, a economia é balanceada, as mecânicas são exclusivas e as histórias são vivas — tudo pensado para garantir que cada momento no jogo seja único e envolvente.
Mas o que realmente faz o Downtown ser especial? Nossa comunidade! Um grupo apaixonado, diverso e pronto para compartilhar boas histórias e grandes aventuras.
Seja você um fora da lei destemido, um empresário ambicioso ou alguém só querendo viver o Velho Oeste do seu jeito, aqui tem espaço para todos.
Então, bora fazer história?
Embora os pés que andam sobre essas terras hoje não saibam, houve um tempo em que esse lugar
conhecia o que chamamos de paz... Um tempo onde o Homem, que aqui habitava, vivia em
harmonia
com a Terra que o provinha. Povos que conheciam muito além daquilo que enxergamos e tocamos.
De
norte a sul, leste a oeste desse território, a natureza com toda sua exuberância e
imponência
recebia o devido respeito e cuidado.
Eram tempos em que os povos nativos destas terras se conectavam com o mundo ao seu redor e
entre
si. Cada um com sua própria cultura, mas também sua cooperação e convivência.
Alianças eram forjadas não apenas pela necessidade, mas também pela crença de que a unidade
era
força. Mostravam como povos diferentes podiam partilhar um mesmo território, governando
juntos
sem perder suas identidades. Casamentos intertribais criavam laços entre clãs distantes,
fortalecendo e ampliando laços familiares que atravessavam gerações.
Mas mesmo nesses tempos, a paz não era absoluta. Pois o Homem carrega em si um lobo feroz
diante
da lei do mais apto. Conflitos surgiam, como em qualquer sociedade, quando territórios eram
disputados ou quando os recursos se tornavam escassos. Ainda assim, as batalhas não
destruíam a
essência do respeito pela terra e pela vida que sustentava todos. A guerra, quando ocorria,
era
regida por códigos de honra que zelavam pelo equilíbrio.
Esse tempo de equilíbrio entre os povos e com a Terra ainda ecoa nos ventos que varrem os
campos
e nas águas que correm pelos rios. E, talvez, se fôssemos capazes de ouvi-los e
compreendê-los,
entenderíamos aquilo que não se poderia ter esquecido...
— Um velho conhecido
Nenhuma situação é tão ruim que não possa piorar... E tolos são aqueles que morrem
acreditando
que podem salvar o mundo. Quantos já derramaram sangue por um futuro que sequer puderam
tocar?
Quantos mais farão o mesmo, iludidos por um ideal que nunca foi deles?
As raízes desta terra estão manchadas pelo suor e pelas lágrimas dos que trabalharam para
erguer
o que outros destruíram. Já houve um tempo em que o amanhã era promissor, mas o apetite do
poder
é insaciável, e a fartura nunca é suficiente para os que vivem do excesso.
No auge de sua glória, Downtown era um paraíso. Suas terras férteis e seu solo rico em
recursos
atraíram imigrantes de todas as partes, seduzidos pela ideia de uma vida melhor. Durante
anos, a
economia prosperou, impulsionada pelo trabalho árduo de muitos e pela visão de poucos. Mas à
medida que a riqueza crescia, o poder se concentrava nas mãos de uma elite insaciável. O
"bastante" nunca era suficiente, e aqueles que detinham o controle buscavam sempre mais,
explorando, exaurindo e, eventualmente, destruindo as bases sobre as quais haviam construído
seu
império.
Os conflitos começaram como murmúrios: disputas de terra, greves em fábricas, pequenos
levantes
contra as condições injustas. Mas logo esses murmúrios se transformaram em gritos, e os
gritos
em tiros. Grupos armados, formados tanto por aqueles que nada tinham a perder quanto por
oportunistas prontos para explorar o caos, começaram a disputar território dentro do país.
As
cidades, antes símbolos de ordem e progresso, tornaram-se campos de batalha, e as estradas,
palco de emboscadas e saques.
Enquanto isso, o governo, em vez de olhar para dentro e estender a mão à sua população,
voltou
seus olhos para fora, para o crescente apetite expansionista dos Estados Unidos. A ameaça de
invasão tornou-se uma obsessão para os líderes da nação, que gastaram os poucos recursos
restantes na tentativa de demonstrar força militar. Enquanto os políticos mediam forças com
o
vizinho, o povo de Downtown era deixado para lutar sua própria guerra, contra a fome, contra
os
bandidos, contra o abandono.
O declínio de Downtown não passou despercebido pelo mundo.
As fronteiras tornaram-se linhas de partida para aqueles que abandonavam tudo na esperança
de um
recomeço em outros países. Famílias inteiras partiram, deixando para trás uma vida
promissora
interrompida. O êxodo foi tão massivo quanto silencioso, uma despedida coletiva de um país
que,
naquele momento, já não podia mais ser chamado de lar.
Os Estados Unidos, conseguiram o que queriam, mas a um custo que nem eles poderiam ignorar:
um
território vazio de vida, mas cheio de histórias de sofrimento, luta e perda. E aqueles que
ficaram? Bem, esses vivem com a esperança, ou talvez a ilusão, de que um dia, das cinzas do
passado, algo novo possa nascer...
— Um velho conhecido
“Que meus inimigos sejam fortes e bravos para que eu não sinta remorso ao derrotá-los.” Os olhos de um Lakota não esquecem. Eles veem o que foi tomado, o que foi queimado e o que foi deixado para trás. Ele sente no peito o peso do silêncio das pradarias, onde o Tȟatȟáŋka não corre mais. Wasícu veio, com seus trilhos de ferro e suas armas que cospem fogo, destruindo o que era sagrado. Eles mataram quase todos os bisões, como se a própria Makhá pudesse ser subjugada pela ganância deles. Os Lakota lutaram, como sempre lutaram. O sangue dos guerreiros ainda mancha as margens do rio, onde fizeram o Wasícu recuar por um breve momento. Mas eles voltaram, mais numerosos, mais cruéis, trazendo fogo e morte. As aldeias desapareceram nas chamas, os campos sagrados foram profanados, e a terra, que antes era livre, agora está cheia de cicatrizes. Nas reservas, os Lakota olham para o horizonte que não mais lhes pertence, mas o espírito não se rende. O coração de um Lakota carrega a dor como uma chama que não se apaga. Cada palavra dita na língua ancestral, cada cântico ao Wakan Tanka, é um ato de resistência. A terra chora, e o povo também. Mas não há esquecimento. Makhá ainda vive, mesmo ferida, e ela espera por seus filhos. Os Lakota não se curvam. Eles sabem que um dia, quando o vento trouxer as preces de volta, será o momento de retornar, de caminhar novamente pelas pradarias como seus ancestrais. E nesse dia, o Wasícu conhecerá o que significa enfrentar um povo que nunca se esquece... — Um velho nativo desconhecido
Downtown não morreu, mas o que sobrou foi esculpido no sangue e na força de quem se recusou
a
desistir. Quando o governo corrupto caiu, arrastado pela própria decadência, deixou um país
em
pedaços, mas também abriu espaço para algo novo. Pois é assim que o mundo funciona: quando o
antigo queima, o novo nasce das brasas, mesmo que aos tropeços.
Aliados surgiram do outro lado do Atlântico. Não por bondade, mas por interesse. Eles nos
deram
ouro, armas e algo ainda mais valioso: esperança. Em troca, um preço que ainda não
conhecemos.
Foi essa ajuda que nos deu a força para enfrentar o invasor, para retomar o que era nosso. A
guerra nos tirou muito, mas também nos lembrou do que somos capazes de fazer para
sobreviver.
Agora, sob um novo governo, o país tenta se reerguer. Fábricas voltaram a funcionar, os
campos
estão sendo cultivados novamente, e o comércio, antes morto, começa a respirar. Grandes
empresas
apareceram quase do nada, trazendo progresso, empregos, e uma confiança que parece milagre.
Mas
nada vem sem custo, e a presença desses aliados ainda sussurra promessas perigosas.
A população, por enquanto, acredita. Acredita que este pode ser o começo de algo melhor. Mas
quem vive aqui sabe que o passado não é tão fácil de esquecer.
A relação com os Lakota é como uma ferida mal fechada, ainda dolorida, ainda aberta.
Pequenos
conflitos aparecem aqui e ali, fruto de rancores antigos que o tempo ainda não conseguiu
apagar.
E então há os fora da lei, sempre à espreita, sempre testando os limites. Onde há
reconstrução,
há aqueles que preferem o caos. Cada passo para frente é dado com cautela, pois um tropeço
pode
custar caro.
Downtown está de pé, mas ainda cambaleia. O fogo do passado ainda queima nas margens, e o
futuro
é uma promessa incerta. Mas se há algo que aprendemos, é que, enquanto houver quem lute, o
país
não cairá novamente...
— Um velho conhecido
1900, século XX... Uma década se passou desde que o país começou a erguer-se das cinzas, e agora, finalmente, o horizonte parece mais claro. A economia, antes um campo devastado, ganhou vida. Não é perfeita, mas é o bastante para reacender esperanças. Aos poucos, aqueles que um dia partiram em busca de algo melhor começam a voltar, trazendo consigo sonhos antigos e a vontade de recomeçar. Para muitos, Downtown tornou-se novamente uma terra de oportunidades. Os investimentos europeus, que sempre estiveram presentes nas sombras, agora brilham sob o sol de um novo mercado: o ouro negro. O petróleo, tão recente quanto promissor, começou a transformar o país de maneiras que ninguém poderia prever. As exportações internas, retomadas com vigor, impulsionaram a necessidade de reestruturar os portos, e Blackwater, com sua localização estratégica, emergiu como o coração pulsante desse progresso. Investidores estrangeiros enxergam na cidade não apenas potencial, mas a promessa de um futuro dourado. Resta saber se tal progresso se estenderá para as regiões mais isoladas como Armadillo e Tumbleweed. Ainda assim, Downtown é hoje um lugar de histórias, de rostos que carregam a marca do passado e os sonhos do futuro. Quem ficou, quem voltou ou quem acaba de chegar - todos fazem parte desse renascimento. Uns buscam a tranquilidade, outros, as aventuras que só essas terras podem oferecer. Downtown está aqui. Não perfeito, mas vivo. Se reconstruindo, se reinventando. Cada rua, cada campo, cada porto é um testemunho do esforço e da força de um povo que nunca desistiu. O futuro é um livro em branco, esperando por mãos firmes e corações decididos para traçar cada linha... — Um velho conhecido
"Confesso, partir da França não foi apenas um ato de coragem, mas de desafio. Deixei para trás as previsíveis salas da sede do jornalismo dirigido por meus pais. Ali, eu era apenas "a filha dos proprietários", um rótulo que limitava minha genialidade. Aqui, na América, sou mademoiselle Genevieve Ward, ilustre diretora do Gazeta Downtown. Um nome que ecoará com impacto, moldando esta sociedade ainda tão rude e emergente. Enquanto na França me mantinha entre intelectuais refinados, aqui, devo lidar com cowboys simplórios, nativos bárbaros e leitores de gosto discutível. Mas não importa. Eles aprenderão a apreciar a sofisticação da minha visão." — Genevieve Ward
"Hoka Hey! - É um bom dia para morrer!" É o grito que ecoa entre o povo Lakota agora. Makȟá Tȟéča, sou o único ancião restante da tribo após o massacre do exercito Americano. Muitos nos chamam de ''animais selvagem'', ''inimigos'' , nos colocaram dentro de uma área reservada como animais. Queremos apenas viver em paz, harmonia com a nossa terra, com as montanhas, os rios, os bisões, o vento. Guiar e cuidar do meu povo, ou o que sobrou dele, sem ser incomodado pelo ''homem branco''. Que Wakan Tanka me proteja, que o Tatanka me dê a força necessária, que Hinhan me dê sua sabedoria para essa jornada. Viva o povo Lakota, viva os Sioux. — Makȟá Tȟéča
Eu sou Sophie Sinclair, decidi me aventurar e deixar a Escócia em busca de algo mais significativo, acompanhada pelos meus amigos Carlos e Gordon Frazer, e por minha meia-irmã Aiyra , com quem criei laços após a morte de meu pai. Juntos, partimos para explorar as Terras Americanas. Movida pela vontade de ajudar as pessoas, resolvi integrar uma equipe médica. Meu trabalho e dedicação foram reconhecidos rapidamente, e, em pouco tempo, fui promovida e me tornei uma médica formada. Sentia-me feliz e realizada em minha profissão. Me apaixonei por meu chefe. Era um amor platônico, impossível, que acabou sendo interrompido de forma cruel. Ele, tomado por uma dor que nunca compreendi totalmente, perdeu o controle e cometeu um crime que o levou ao fuzilamento. Suas últimas palavras para mim foram carregadas de emoção e me assombraram por anos: "- Eu te amo, Sophie. Te vejo em outra vida!" Devastada, decidi deixar a América. No porto de Saint Denis, me despedi de meus amigos com lágrimas nos olhos e embarquei de volta à Escócia, carregando comigo um coração partido. Lá, buscando preencher o vazio que sentia, adotei uma pequena órfã. Foi quando conheci Alisa Lamont, uma garotinha de apenas 9 anos. Eu queria dar a ela o que eu mesma nunca tive: um lar, uma família e todo o amor que pudesse oferecer. Com o passar do tempo, senti que minha missão ainda não havia terminado. Decidi voltar às Terras Americanas, agora com minha filha Alisa ao meu lado. Retornei para continuar meu trabalho como médica e ajudar o máximo de pessoas possível. Além disso, assumi uma nova missão: ensinar o amor pela medicina a quem estivesse disposto a aprender. Minha vida não foi fácil, mas transformei a dor em força e a solidão em propósito. Hoje, junto com minha filha, continuo lutando para deixar um legado de compaixão, dedicação e amor ao próximo. Essa é a minha história, marcada por desafios, perdas e superação, mas também repleta de esperança e vontade de fazer a diferença. — Sophie Sinclair
Abandonar minha pátria e deixar para trás minha querida querência, terra onde nasci e vivi os anos mais ternos de minha infância, foi uma das mais dolorosas decisões que fui compelido a tomar. Contava apenas dezessete anos quando perdi meu pai, o estimado Marechal Félix Aramí Freitas, conhecido como Marquês de São Miguel - cuja titulação deu origem ao meu nome. Não tardaram, porém, as disputas familiares, as quais me levaram não apenas a perder a estabilidade que outrora possuíra, mas também a alienar as propriedades de minha família por valores aquém do que realmente valiam. Deixar uma vida solidamente estruturada em minha terra natal para aventurar-me em um país de costumes, idioma e clima tão diversos não foi uma tarefa fácil. Contudo, minha mãe, Alise Williams, representou um amparo inestimável durante tal transição. Ela mesma havia enfrentado desafios semelhantes ao refugiar-se na Província de São Paulo após a Guerra Civil Americana. Nossa chegada deu-se primeiramente à Flórida, mais precisamente ao condado de St. Lucie, onde busquei reerguer-me. Infelizmente, anos depois, fui forçado a vender tudo o que possuía em razão das dívidas acumuladas por má administração de meu sócio. O destino, contudo, reservava-me novos caminhos. Sempre nutrindo um profundo desejo de servir à segurança pública, aceitei a proposta de atuar como oficial no condado de Downtown. Naquela ocasião, nada mais me prendia, uma vez que minha mãe encontrava-se estruturada, com uma nova família, casada novamente, e com uma filha ainda infante. Onze anos se passaram desde então. Iniciei minha jornada como um simples Cadet, e hoje, por autoridade conferida pelo Estado, tenho a honra - e o peso - de ser nomeado U.S. Marshal. Confesso que ainda me sinto pouco habituado a ostentar tal responsabilidade, mas continuo fiel ao juramento que, desde o início, tenho repetido com convicção: “Juro, pela minha honra, que enviarei todos os meus esforços no cumprimento dos deveres de oficial da lei.” — Miguel Wiliams Freitas
“Sempre disseram que eu era velha demais para minha idade. Não no rosto, nem no corpo… Mas nos olhos. Como se eu enxergasse coisas que os outros ignoram. Talvez seja verdade. Aprendi a observar antes de falar, a escutar antes de confiar e a sentir antes de agir. E foi assim que eu vi o mundo mudar quando deixamos a Romênia.
Meu sobrenome já foi um sussurro respeitado, um nome que carregava história, tradição e poder. Mas até mesmo os nomes mais fortes podem ser esquecidos se não forem sustentados. Segredos nos forçaram a atravessar oceanos, e foi assim que chegamos à América, um lugar onde ninguém nos conhecia… ainda.
Blackwater nos recebeu com promessas de oportunidades, e meu pai, Vladmir, fez questão de garantir que nosso nome voltasse a ser relevante. Assumimos o Saloon da cidade, um ponto de encontro para aqueles que têm sede de bebida, de conversa ou de problemas. Meu avô, Gusmão, ajudou a reerguer o negócio com seu jeito astuto e sua língua afiada. Minha mãe, Laura, sempre atenta a tudo e a todos, manteve a família unida, mas nunca sem controle. E meu tio, Miguel, com seu espírito livre, me ensinou que às vezes o inesperado é mais interessante que o planejado.
E eu? Eu observo. Registro. Escrevo cada detalhe, pois pessoas são como histórias, e algumas mais perigosas do que parecem. Foi assim que conheci Don Lothario. No início, ele era só mais um nome entre tantos, mais um rosto perdido nas páginas do meu caderno. Mas, com o tempo, ele se tornou uma nota de rodapé que não podia ser ignorada. Nosso relacionamento foi um jogo de olhares, segredos e confusões.
Sempre acreditei que o destino tem um senso de humor cruel. Quando finalmente comecei a entender meu lugar no mundo, ele me jogou de volta à incerteza. A chegada de Hector foi o primeiro sinal de que nada seria como antes.”
Ninguém esperava por ele. Um filho perdido de Lolita Caixão, vindo do Brasil, de um passado que nunca foi contado em voz alta. Mas ele estava ali, e, apesar do sangue que nos unia, a família Caixão nunca foi do tipo que abraça sem antes medir as consequências. Hector foi acolhido, sim, mas com aquele olhar de julgamento que só os Caixão sabem lançar. Bastardo ou não, ele era um de nós agora.
Então, veio a segunda reviravolta: a família partiu. Todos. Meus pais, meu avô, minha tia, meu tio… até Alexandre, que acabara de nascer, foi levado de volta à Romênia. Disseram que havia negócios pendentes, algo que precisava ser resolvido. E Don? Bom, nosso fim foi tão turbulento quanto nosso começo. E me deixaram para trás. Sozinha. Ou quase.
Hector ficou. Talvez porque não tivesse mais para onde ir, ou talvez porque, assim como eu, estivesse cansado de viver à sombra dos outros. O saloon, que antes já dependia mais de mim do que de qualquer outra pessoa, agora era completamente minha responsabilidade. E Hector… bem, ele provou ser mais útil do que eu imaginava. Juntos, mantivemos as portas abertas, o nome da família respeitado e os copos sempre cheios. Mas a solidão tem um gosto amargo, e nenhum uísque pode disfarçá-la completamente.
Então, eu cresci. Não porque quis, mas porque não havia outra opção. Cresci como mulher, como empreendedora, como alguém que aprendeu a ser forte na marra. O nome Caixão ainda pesa nos meus ombros. Se um dia eles voltassem, talvez me encontrassem diferente. Talvez mais fria. Talvez mais forte.
Por muito tempo, fui definida pelos laços que me prendiam à minha família. Mas agora, pela
primeira vez, sou apenas eu, Cassandra Caixão. E talvez isso não seja algo ruim. Talvez seja
a
liberdade que eu nunca soube que precisava.”
— Cassandra Caixão
Ainda me lembro como se fosse hoje o dia em que meu pai, Bernard McConaughey, me colocou no controle do trem. Recordo nitidamente do cheiro do carvão queimando, do calor intenso vindo da fornalha e da adrenalina que percorreu meu corpo naquele momento.
Mas não foi por meu pai ser o dono da Ferrovia McConaughey, nem por ser um negócio da família, que comecei no topo. Comecei como aprendiz, ajudando os homens a reconstruir as linhas do trem. Muito sangue escorreu das minhas mãos, muitos calos se formaram, e o suor parecia não ter fim.
Aprendi cedo o valor do esforço, da disciplina e da responsabilidade. Lembro-me das noites em claro, dos apitos longínquos atravessando a neblina, e dos olhares exaustos dos operários — homens que carregavam o progresso nos ombros.
Depois do falecimento do meu pai, como filho mais velho, assumi a responsabilidade pela ferrovia. E, da minha parte, o progresso não irá parar. Pelo contrário — ele continuará, mais forte do que nunca!
Meu pai não era apenas o dono da ferrovia — era o coração dela. Caminhava entre os trabalhadores, conhecia cada nome, cada história. Ele me dizia sempre: “Uma ferrovia não é feita apenas de trilhos e locomotivas. Ela é feita de gente.” E foi essa gente que me ajudou a me tornar quem sou.
Desde então, cada trilho que colocamos é uma homenagem ao passado e um passo firme rumo ao
futuro. A locomotiva da Ferrovia McConaughey não para — ela corta os campos, cruza montanhas
e
une histórias. E enquanto o aço cantar sob os trilhos e o apito ecoar pelo horizonte, o
legado
dos McConaughey viverá, pulsando em cada viagem.
— Dylan McConaughey